Automação predial é aliada da arquitetura sustentável


Num primeiro momento, tecnologia e automação predial parecem ter pouco a ver com sustentabilidade. Trazer conforto e praticidade à vida cotidiana, facilitando a rotina dos moradores, e auxiliar na segurança, são as principais características que vêm em mente. No entanto, a contribuição da tecnologia vai além de contribuir para a qualidade de vida. Ela permite o gerenciamento inteligente de recursos, como energia e água. Assim, as casas inteligentes também são exemplos da construção sustentável.


Segundo o Procel (Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética) o consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca 50% de toda eletricidade consumida no país. Cerca de 70% do consumo de energia elétrica nos prédios públicos se deve ao uso dos sistemas de iluminação e climatização dessas edificações.


A automação predial vem de encontro a essa questão, contribuindo para a eficiência energética ao controlar o uso adequado da iluminação e climatização. Sensores de ocupação vão regular, não só os níveis adequados de iluminação, como também de temperatura, garantindo o conforto e melhorando significativamente o uso do ar condicionado, um dos vilões do consumo de energia. O desligamento das luzes no período de alta luminosidade ou quando não houver pessoas no ambiente, a dimerização, que controla a intensidade da luz, são medidas eficientes de redução no consumo de energia e até mesmo de aumento da vida útil das lâmpadas.


Há também o controle dos níveis de iluminação interna e externa por meio de persianas ou cortinas motorizadas, que podem ser acionadas para adequar a iluminação e climatização por meio de cenários: as cortinas podem ser abertas para permitir a entrada de luz natural, ou fechadas para reduzir a incidência da luz do sol, que aqueceria o ambiente aumentando o uso do ar condicionado. Essa integração garante que o equipamento de climatização não consuma energia elétrica acima do necessário para atingir a temperatura de conforto estabelecida. A automação pode também integrar o aquecimento solar e a geração de energia fotovoltaica, além de fazer a medição, não só do consumo, como também da geração de energia, que pode ser integrada à rede pública.


Para a redução do consumo de água, a automação pode ser aplicada na captação da água da chuva, com sensores de controle na cisterna, acionamento correto de bombas e irrigação automatizada, que evita desperdício.


Nem é preciso dizer que a diminuição no uso de energia e de água geram também economia financeira. A fase de uso e operação das construções, segundo a literatura técnica, representa 80% do custo total de uma edificação tradicional. Com a aplicação das bandeiras tarifárias, o preço da energia no Brasil tem oscilado de forma significativa. Um estudo da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), publicado pela Agência Brasil, mostrou que, entre 1994 e 2016, a tarifa de energia elétrica no Brasil teve variação de 775%, levando em conta a aplicação da bandeira tarifária vermelha, que implica em cobrança extra na conta de luz. Essa economia se torna, então, cada vez mais relevante.


A integração da automatização, como a instalada na CasaE, por exemplo, permite monitorar e controlar os sistemas existentes a partir de diversos dispositivos, como computador, tablets, smartphones e web browser, de forma local ou remota, viabilizada por um aplicativo de visualização, o que garante maior segurança e conforto na operação. Toda a inteligência utilizada objetiva maior eficiência possível das utilidades disponíveis nos diversos ambientes.


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Artigo Original: De Giancarlo Tomazim, gerente de estratégia do Time de Indústria de Construção Civil para a América do Sul da BASF, para Blog GBC Brasil.

Imagem: Reprodução/Divulgação.